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Catedral da Luz

Catedral da Luz

Sobre a selecção e outros mitos suburbanos

30.05.12, Sérgio Lavos

 

É bem provável que acompanhe o campeonato da Europa. Há grandes jogadores por lá, algumas boas selecções e, de vez em quando, o talento e o génio levam a melhor sobre o cansaço acumulado de uma época e sobre a falta de estímulo - leia-se "capital" - dos milionários que vão passear à Polónia e a Ucrânia.

 

Demagógica, esta conversa? Realista. Basta ver o desempenho dos dois melhores jogadores da actualidade - Messi e Cristiano Ronaldo - nos grandes campeonatos. Raro é o jogador que fica na História por causa do que faz em torneios de selecções; e talvez por isso Maradona seja (e vá continuar a ser) o melhor jogador de sempre. A Argentina de Maradona é mais importante, na constelação futebolística, do que o Nápoles de Maradona - apesar de tudo. Maradona é de um tempo em que a política fazia parte do futebol e o futebol da política. A Argentina teve a desfora da Guerra das Malvinas quando a cabeça de Maradona chegou mais alto do que o punho de Peter Shilton. Isto era futebol. Agora é um desfile de estrelas que nem no twitter estão autorizadas a dizer o que pensam.

 

E claro, parece que a selecção portuguesa organizou uma excursão turística a esses países durante o tempo que dura a primeira fase do campeonato. E que até vão ficar no hotel mais caro de entre as selecções do torneio. Acho bem, dado o crescimento brutal da nossa economia, que a Federação não olhe a gastos com este grupo excursionista a terras do Leste. Eles merecem. Paulo Bento também, que escolheu a nata da nata para levar lá. Que a nata seja um pouco azeda - uma maneira simpática de dizer que este é o grupo de joagdores mais fraco desde que acompanho campeonatos de selecções - ele não tem culpa. E talvez até consigamos, com alguma sorte e toda a tranquilidade, ganhar à Dinamarca.

 

Sei que posso enganar-me - depois do "fraco" Chelsea ganhar a Liga dos Campeões, para espanto da falange anti-benfiquista do país, apssei a acreditar em quase tudo -, mas também sei que terei mais possibilidades de estar certo se apostar na saída emglória ao fim de três jogos. Não podemos esperar mais: uma selecção que, tendo Bosingwa, caça com João Pereira; tendo Ricardo Carvalho, caça com Bruno Alves; leva um Miguel Lopes como mascote; e que aposta na titularidade da quimera Hélder Postiga (misto de jogador de futebol e de projecto de pivot de andebol) para marcar golos à Alemanha e à Holanda, não pode esperar ir muito mais longe do que o spa do hotel de luxo onde ficou instalada.

 

Falta de patriotismo? Eu gosto de futebol, caramba; bandeirinhas na lapela ou na janela é para políticos da maioria e gente que faz excursões a lojas de chineses para comprar produtos com as cores da bandeira nacional. Mas sofro, e vou ver, e talvez me surpreenda. Gosto de torcer por equipas pequenas quando o Glorioso não joga. Por isso, neste Europeu, estou com Portugal!

Sicília

30.05.12, Sérgio Lavos

Luiz Filipe Scolari veio agora confirmar em entrevista o que toda a gente já sabia: que o padrinho do Norte é quem manda - e repito manda porque pouco ou nada parece ter mudado desde então - na selecção. O polvo tem os seus tentáculos por todo o lado, desde a Liga à Federação, passando pela arbitragem. O domínio de uma época não poderá ser fundado apenas no mérito desportivo - e ao longo dos anos, o FCP terá tido algum algumas vezes; passa pelo controlo total de todos poderes que vão além do talento de onze jogadores e de uma equipa técnica durante 90 minutos. A palavra de Pinto de Costa ter força para excluir da selecção o melhor guarda-português à epoca (Vítor Baía), é mais uma prova dessa influência. Claro que um cínico poderá dizer que este facto, por si só gravíssimo, se comparado com as conversas sobre árbitros, é um pormenor. Não é. Porque Scolari é dos poucos - muito, muito poucos - que acabaram por revelar o funcionamento dos bastidores do futebol português: um jogo viciado à partida, em que só não ganha o FCP quando as equipas adversárias são realmente extraordinárias, superlativas, ou o plantel e treinador do FCP demasiado medíocres. Acasos, portanto. E assim vamos cantando e rindo, com o nosso presidente Vieira - antigo sócio da agremiação do Norte - a tentar que os seus interesses se mantenham intocados enquanto conduz o barco por entre os escolhos do insucesso desportivo; o Benfica, esse, e quando tiver de ser, que se lixe.

O que é ser benfiquista?

30.05.12, Filipe Boto Machado

Pergunta difícil de responder, mas que se impunha no meu primeiro post neste blog. Desde que me lembro de quem sou, lembro-me de ser do Benfica e adorar aquela camisola encarnada. Nunca pensei "porque não nasci de outro clube?" e muito menos pensei em mudar. Ser benfiquista é um estado de alma, uma paixão que se sente e é difícil de explicar. Pode partilhar-se com os outros, mas só percebe quem o sente intensamente como eu. Talvez passar para este post alguns actos de paixão por este clube o transmitam melhor.

A minha primeira grande recordação do Benfica data do final da época de 1990/91, tinha então 5 anos acabados de fazer. O meu pai levou-me ao Estádio da Luz para ver o jogo do título. Nesse dia, o Benfica venceu o Beira-Mar por 3-0. A primeira grande recordação é logo um título de campeão. Vencer faz parte do ADN do Benfica e aprender isso é fundamental para ser benfiquista.

No entanto, foi a partir da época 1993/94 que passei a viver o Benfica diariamente. Lembro-me bem da época que resultou no título e do 3-6 em Alvalade. Infelizmente, também me lembro de não ter ido ao Estádio da Luz ver o jogo do título com o Guimarães. Que tremenda desilusão. Tinha nesta altura 7 anos, mas o Benfica já tinha, para mim, uma importância que surpreendia a professora da primária e os próprios familiares benfiquistas. Desde então, acompanhei sempre todas as épocas, jogos (de preparação ou oficiais), contratações (as confirmadas e as supostas), vitórias e derrotas.

Nunca esmoreci, mas sofri muito com o reinado de Vale e Azevedo. Tinha 14 anos quando passei parte da noite acordado, colado à televisão, ansiando por uma notícia que confirmasse que Manuel Vilarinho o tinha derrotado. Em 2003, estive na inauguração do novo Estádio da Luz. Eu tinha de estar lá, nem que para isso fosse necessário passar 12 horas numa fila... Em 2005 deu-se o fim de um longo jejum para os benfiquistas. Fomos campeões e eu, evidentemente, fui até ao Porto ver o jogo do título no Estádio do Bessa. A cidade do Porto cheia de benfiquistas, o estádio pintado de vermelho e, por fim, a festa do título. Um dia marcante na vida de um benfiquista.

Desde há 3 anos para cá tenho cativo no Estádio da Luz. Não há melhor uso para dar ao dinheiro que comecei a ganhar com o meu trabalho do que investi-lo num lugar para ver ao vivo todos os jogos do Benfica. Há pouco mais de dois anos estive em Liverpool a apoiar o Glorioso. Acabou mal, mas o ambiente, o que senti quando o Benfica entrou em campo e, por várias vezes, silenciámos um dos estádios mais emblemáticos do Mundo...confirmaram-me o que é ser benfiquista. Mais recentemente, o título de 2009/10 que tanto nos encheu de orgulho e satisfação, e a festa no Marquês, momento que nos ajuda sempre a perceber o que é o Benfica e o que é ser benfiquista.

Para mim, ser benfiquista é tudo isto. É viver o clube com paixão, sentir orgulho por ser do Benfica, apoiar a equipa nos bons e maus momentos, acreditar numa reviravolta quando racionalmente ela é de todo impossível, vibrar com as vitórias, chatear-me com as derrotas, ser exigente, querer sempre mais e melhor. De resto, costumo pensar que, ao contrário dos meus amigos que, por azar, são adeptos de outro clube em Portugal, ser benfiquista é ter escolhido ser a favor de algo e não contra alguma coisa. Só por isso, já vale a pena ser do Benfica.

A democracia voltou ao blog do Sporting

27.05.12, José Maria Barcia

Meu caro Pedro Correia, não discordo de uma linha do que escreveu. No entanto, deixe-me só apontar-lhe um pequeno exagero da sua parte.

 

Eu explico. Quando referi o défice de democracia pelos vossos lados, não era taxativo a todo o grupo. Era, no fundo, relativo apenas a uma frase de um dos colaboradores desse blog.

 

No entanto, e ''certamente por deficiência de expressão da minha parte'' - perdoe-me o plágio mas sou, de facto, um admirador da sua prosa - entendeu que o comentário se estendia a todo o grupo Sporting.

 

Compreendo que a frase em questão - quiçá mais rapidamente escrita que pensada - não reflita todo o pensamento do blog. Mas há que admitir que foi infeliz.

 

Votos de camaradagem de blogs e democrática.

A promoção da violência como método

25.05.12, Nuno Gouveia

Que há adeptos energúmenos e violentos em todos os clubes já sabemos. O nosso não é excepção. Nos últimos anos vários episódios lamentáveis têm sucedido em todos os palcos desportivos, e quase sempre têm passado impunes, o que só tem contribuído para continuarem a existir. Mas haver nas cúpulas dirigentes quem apoia, promove e divulga a violência é algo diferente. E o clube siciliano do norte do país tem uma longa prática de apoio a este tipo de comportamentos, com actos, palavras e omissões. O que se passou esta semana no pavilhão andrade foi mais uma prova de tal. Em primeiro lugar os bilhetes foram na sua esmagadora distribuídos por uma claque de malfeitores, que depois fez deles o que bem entendeu. Além disso, foi criado um ambiente em redor do jogo que nem o Presidente da Federação Portuguesa de Basquetebol esteve na final. Já se adivinhava que a taça, caso o Benfica ganhasse, não seria entregue em condições. Até nesta modalidade as tácticas mafiosas são utilizadas. Centenas de bestas  (para não a esmagadora maioria dos adeptos) passaram o jogo a insultar os jogadores do Benfica, com os cânticos normais da ralé, entre outras ameaças e impropérios. Um hábito. No final do jogo, as cenas habituais de violência, intimidação e agressão. O que dizem os seus dirigentes e um tal de Marçal? Que têm orgulho nesses selvagens e ainda têm a lata de se virar contra a polícia, por esta ter impedido que as bestas tivessem concretizado as agressões aos jogadores do Benfica. Por fim, surge ontem uma inacreditável operação de branqueamento desses actos, promovida pelos cabecilhas e com o apoio de diversas pessoas coniventes com a estratégia de intimidação e promoção da violência. Palavras de condenação sobre os insultos e tentativas de agressão? Zero. Isto é o clube de Palermo na sua máxima expressão.

 

Uma palavra para Luís Filipe Vieira. Tem estado adormecido nestes últimos anos. Depois de ter apoiado um antigo dirigente siciliano para a cúpula do futebol português, surgiu ontem, mais uma vez tarde, a reagir aos tristes incidentes. Com um discurso violento, que só peca por tardio, Vieira tenta agora recuperar o tempo perdido. Mas desconfio saber a razão desse discurso: estamos em vésperas eleitorais e Vieira sabe que há grande descontentamento entre os sócios do Benfica. Mas, senhor Presidente, se quer ser mesmo consequente, denuncie já as pessoas que apoiou, nomeadamente o Gomes das facturas e o Pereira da Taberna do Infante (ele saberá do que estou a falar), e afirme desde já que vai cortar com a Olivedesportos, outra cabeça do polvo do futebol português. Depois, esqueça um pouco os seus negócios privados, que incluem como sócios um dos capos do regime siciliano, e concentre-se nos verdadeiros interesses do Benfica. Em pleno século XXI, não podemos ter um Presidente que desaparece em tempos cruciais da época e cujos principais interesses não são os do clube. Precisamos de alguém de corpo e alma no Benfica.

Da superioridade moral dos benfiquistas

25.05.12, Ricardo Noronha

O que aconteceu no Pavilhão do Dragão há dois dias é absolutamente lamentável. A começar pela retirada forçada da equipa do Benfica e a acabar na actuação da polícia, que voltou a não perder uma oportunidade de malhar em tudo o que vê à frente.

Para que não fiquem dúvidas, Carlos Lisboa foi um jogador enorme no seu tempo e é um treinador excelente. Mas, tenham as imagens reproduzidas pela Porto Canal resultado ou não de uma sobreposição de momentos diferentes em jogos diferentes, parece-me inegável que aqueles gestos são profundamente lamentáveis e incompatíveis com tudo aquilo a que se costuma chamar, genericamente, «a grandeza do Benfica». Tal como haviam sido as imagens da época passada, quandos as luzes do Estádio da Luz foram desligadas durante os festejos dos jogadores do F. C. Porto.

Note-se que, na actuação e comportamento dos adeptos e dirigentes de outros clubes, nomeadamente os do F.C.Porto, já pouca coisa nos surpreende. Mas nada aconselha a reproduzi-las no Benfica. Ganhando ou perdendo, este clube e os seus representantes desportivos e directivos devem sempre saber respeitar os adversários. A euforia não justifica nem necessita de gestos insultuosos e grosseiros, que seriam igualmente despropositados se tal tivesse acontecido na Luz.

E já agora, quem escreveu este comunicado sabe exactamente o quê acerca de «genética»?

Pedro Correia, uma análise

25.05.12, José Maria Barcia

O Pedro do Sporting não gosta que lhe trate por colega. Dorante, meu caro, será tratado por como quiser. A escolha é sua, por favor, indique-me como preferir que o denomine.

 

De seguida, diz que sou Tarzan, batendo no peito. Obrigado, se mim Tarzan, tu quem?

 

Continua, elogiando as minhas capacidades ginásticas. Só posso voltar a agradecer, mas verdade seja dita, há muito tempo que não pratico.

 

Segue bola e o Pedro, o do Sporting, que não gosta que lhe chame colega e vê-me como o Tarzan ginasta, fala de latitudes e longitudes, para concluir que afinal não sou assim tão má pessoa porque escolho dois jogadores do Sporting para o meu onze no Euro2012. Asseguro-lhe, meu caro, que só os escolho por manifesta falta de qualidade nas alternativas. Beto? Miguel Lopes? Venha o diabo e escolha.

 

Atentamente, JMB, seu admirador

Cuidado que explode

24.05.12, Nuno Gouveia

 

O líder da máfia desportiva portuguesa teve ontem uma noite para esquecer. Além de ter visto o Benfica sagrar-se campeão nacional de basquetebol em pleno pavilhão do clube de Palermo, ainda viu a polícia tratar a sua escumalha como ela merece: ao bastão. Percebe-se esta cara de raiva e ódio. Não tendo conseguido controlar os factores externos ao jogo (como normalmente acontece), nada lhe restou senão berrar com a polícia. Uma fotografia exemplar. 

 

Benfica campeão nacional

24.05.12, Sérgio Lavos

 

Carlos Lisboa, o meu herói dos tempos em que o Benfica fazia grandes jogos Taça dos Campeões Europeus de basquete, foi ao pavilhão das Antas conquistar o título na cara do FC Porto, provocando uma onda de azia raivosa nos adeptos das Antas, o que levou a que a polícia tivesse de intervir; enfim, o habitual. Os maiores desportistas que passaram pelo Benfica são também grandes benfiquistas. Antes como praticante, agora como treinador, Carlos Lisboa, um exemplo.

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