Em Bocas del Toro, uma vila simpática do Panamá, na costa do Mar do Caribe, conheço um costa-riquenho que me diz que acompanha o campeonato português por causa de um tico, o Bryan Ruiz, que agora joga no "Sporting de Lisboa". Pergunta-me por que clube sofro. Depois de lhe dizer que é pelo Benfica, comenta: "Ah, Benfica... muy grandioso. Eusébio, Pantera Negra". Caraças, pá, ia chorando.
Há quem diga que temos de ter calma. Que nos anos anteriores jogávamos "à Jorge Jesus" e que agora temos de nos habituar a jogar "à Rui Vitória". O problema é exactamente esse: eu não quero jogar "à Rui Vitória". Para ver equipas a jogar "à Rui Vitória" tenho a RTP Memória.
Há jogos que nos ficam na memória. Uns por bons, outros por maus motivos. O 3-6 em Alvalade, por exemplo, foi um jogo que decorei. Gravado num VHS, foi visto várias vezes, vários dias - às vezes até enquanto almoçava, às vezes num furo na escola. A final da Taça de Portugal de 1993 é outro desses jogos. Tinha 7 anos, quase 8, e ainda hoje sei o 11 inicial de olhos fechados: Neno, Veloso, Mozer, William, Schwarz, Paulo Sousa, Vítor Paneira, Futre, Rui Costa, João Pinto e Rui (...)
Quando o Luisão fez o quarto golo, aos sete minutos do prolongamento, desempatando a quarta eliminatória da Taça de Portugal com o Sporting - naquele que foi um dos jogos do ano - festejei como não tinha festejado o hat-trick de Cardozo. Não festejei tão efusivamente como gostaria porque estava num jantar rodeado de amigos do Sporting, que tinham na minha alegria a sua tristeza simétrica. Mas quando o jogo acabou, e após ter-se gerado o consenso à mesa de que tínhamos acabado de (...)
«Torpor de fim de tarde. A angústia de se saber que está na hora de ir para casa quando ainda se quer tentar a última finta, outro golo, naquela rua em que só há um candeeiro e mal dá para ver a bola. “Já são horas, Fernando. Olha que vem aí o feijão-verde.” Ele não ouve. Continua. Já não há mais ninguém. Só ele e a bola, cúmplices, a luz débil do candeeiro, um homem que, antes de entrar em casa, bate com as botas no tapete, assobia, um cão, o cheiro a lodo, o (...)
Apesar da exibição de Pedro Proença (os chefes dele já não têm mão nele?) e de Manuel Mota, mantemos a vantagem de 7 pontos para o segundo classificado e ainda aumentamos para 12 pontos para a equipa de Palermo. A vitória frente ao Nacional foi difícil mas alcançada com toda a justiça. Depois de um início muito complicado, a nossa equipa tem demonstrado que é, de longe a melhor equipa do campeonato e que merece ser campeã. Faltam 7 jogos e 14 pontos.