Tudo empatado
Empate a 2 golos, jogo emotivo, intenso e competitivo. Podíamos ter ganho, dificilmente podíamos ter perdido. No entanto, não fiquei seguro quanto ao nosso futuro no campeonato. Esta história de tentar ganhar um jogo sem ganhar o meio-campo continua a fazer-me imensa confusão. O Benfica só consegue estar por cima num jogo se o dominar. É bom para o espectáculo, mas é péssimo para o coração dos adeptos. Nunca o consegue controlar. Ataca de forma ansiosa, desorganizada, sempre como se cada jogada fosse a última do jogo. A atitude é muito parecida independentemente do resultado e do adversário. A ideia de jogo passa por atacar o adversário com tudo o que tem, principalmente pelas alas. Quando não consegue sair a jogar pelos centrais e laterais, fica sujeito ao pontapé longo, pois não tem quem troque a bola no centro do campo. É verdade que é possível criar mais perigo pelas alas, mas é impossível controlar um jogo nessa zona do terreno. A entrada de Aimar (completamente em baixo de forma) e Carlos Martins tirou-nos poder ofensivo, mas finalmente sentimo-nos mais seguros. Era evidente que Matic e Enzo contra Lucho, Moutinho, Fernando e Defour era pouco. JJ demorou uma hora a perceber isso mesmo. Gaitan jogou todo o tempo sem ninguém para defender na esquerda (Defour vinha para o meio), mas mesmo assim nunca foi visto a reforçar a luta a meio-campo. Enfim, mostrámos coragem, poder ofensivo e capacidade técnica muito superior ao adversário, mas decidimos entregar o meio-campo aos andrades, opção vista e revista esta época sempre que o jogo é contra um adversário mais forte. Espero que, de uma vez por todas, JJ perceba que deve adaptar a equipa nestes jogos. Na maioria dos jogos em Portugal, o 4-2-4 funciona, dois no meio-campo chegam e sobram, permitindo-nos ter mais força ofensiva, mas em certos jogos devemos procurar ter mais segurança, pois assim não há coração que aguente.
O árbitro? Quando ouvi as críticas de Vitor Pereira julguei que estava a ouvir mal. Durante o jogo todo, Lucho, Defour e Moutinho deram pancada em tudo o que mexia, Mangala e Fernando também não podiam ter escapado sem amarelos ainda na primeira parte, vários jogadores do Porto atiraram a bola para longe quando jogo estava interrompido (no ano passado Emerson foi expulso com um primeiro amarelo deste estilo) e até Lucho e Helton trocaram um abraço antes do primeiro ser substituído. Perante isto, criticar o trabalho do árbitro nos lances que lhes favoreciam e esquecer aqueles em que nos prejudicou só podia vir daquele clube. O mensageiro é que foi diferente do costume. Tentou fazer a figura de bruto e acabou a fazer figura triste.