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Catedral da Luz

Catedral da Luz

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10.05.13, José Maria Barcia

 

 

Amanha é o jogo do título. O Benfica vai ao Porto decidir o campeonato. Podíamos ter ganho ao Estoril e ir ao norte com uma vantagem mais confortável. Mais isso significaria que podíamos perder e vencer o campeonato. Não teria tanta piada. Ser do Benfica é ir ao pior campo possível para ser campeão. Ir a Camp Nou, ao Bernabéu ou a outro estádio qualquer seria um passeio comparado com o que vai acontecer amanhã.

 

Amanhã, nas Antas, o Benfica vais ser campeão. Vão ser os 90 minutos mais dignos de um titulo e só assim poderia ser ''à Benfica''. 

 

Amanhã, Benfiquistas vão ao Porto. Os outros vão estar em casa, no café, na tasca ou no restaurante. Com os amigos, com a família ou até mesmo sozinhos. Mas amanhã, vamos todos gritar. Ficar sem ar com um ataque perigoso dos andrades, celebrar uma defesa do Artur como se fosse um golo, saltar da cadeira com uma corrida do Gaitán, dizer para ele passar a bola que o Cardozo já está na área à espera e finalmente, pular aos gritos quando a bola for amparada pelas redes da baliza do adversário. E talvez sofrer se eles marcarem primeiro. Ou se empatarem a meio do jogo e mais um golo a virar o resultado. Mas que faltem cinco minutos e um golo para sermos campeões, eu e todos nós acreditaremos. 

 

Amanhã quando acabarmos o jogo, seremos campeões. O Artur terá feito defesas impossíveis, o Maxi terá corrida e batalhado como se tivesse um pulmão a mais, o Luisão será a voz da liderança, aguentando a equipa. O Garay, limpo e cheio de classe, evitará golos, passes e perigos outros, o Melgarejo vai jogar bem. Um pouco mais à frente, Matic será um polvo com mais de oito pernas, o Enzo esse sacana com cara de menino bem comportado, não deixará pedra sobre pedra no relvado azul. Os extremos Gaitan e Salvio, vai correr para trás e para a frente, em fintas e cruzamentos, em guerra sob a forma de corrida. À frente, o bom mal-amado Cardozo vai marcar. E os outros que poderão jogar, farão os melhores minutos das suas carreiras.

 

É assim que imagino o jogo. É assim que quero que seja o jogo. Principalmente, quero que eles me orgulhem. A mim e aos restantes adeptos. E à camisola que envergam. 

 

Amanhã será mais que um jogo, mais que um desporto. Amanhã o país pára para ver 22 homens a correr atrás de uma bola. E não é bom?