Um caso de estudo
A permanência de JJ no cargo de treinador do Benfica devia ser um caso de estudo. Como é possível um treinador tão fraco manter-se na liderança de um clube grande durante tantos anos sem resultados convincentes e com sucessivos fracassos? Por muito menos, outros treinadores foram despedidos quando tinham plantéis absolutamente miseráveis.
Vejamos então um breve resumo porque os números e os factos são muito claros. Quatro campeonatos, um título, duas enormes enormes vantagens desperdiçadas e um campenato perdido com 19 pontos de diferença! Quatro participações na Taça de Portugal, zero títulos, uma única presença na final perdida para o poderoso Vitória de Guimarães e uma eliminação em casa na meia-final frente ao Porto depois de ter uma vantagem de dois golos da primeira mão. Quatro presenças na Liga dos Campeões e, confirmando-se a mais que provável eliminação deste ano, três eliminações na fase de grupos, duas delas em favor de Celtic e Olympiakos, bem como uma derrota incompreensível de 3-0 frente ao Hapoel Telavive. Três presenças na Liga Europa, uma final perdida frente ao Chelsea, uma eliminação nos quartos-final frente ao Liverpool com derrota por 4-1 e outra nas meias-finais frente ao Braga! Salva-se a Taça da Liga, onde em quatro anos, JJ somou três títulos.
Os resultados são francamente maus. O investimento foi elevado como nunca antes se havia visto. Este ano, o Benfica tem sem dúvida um dos melhores plantéis dos últimos 20 anos. Além do 11 titular, os suplentes e mesmo os não convocados têm imensa qualidade. Alguns dos não convocados eram titulares no Porto ou no Sporting. Até alguns emprestados são melhores que titulares do Benfica há cerca de 5 anos. Soluções para todos os gostos, mas mesmo assim os erros de casting e de estratégia sucedem-se. Andou a experimentar Enzo na direita até perceber que Matic e Fejsa eram não eram solução no meio; insiste em Cortez quando a prudência aconselha que este tipo nem treine com os miúdos da equipa B; joga com o Olympiakos como devia ter jogado com o PSG, pois ao fim de quatro anos ainda não entendeu como deve jogar em jogos de máxima exigência; joga em 4-2-4 em 80% dos jogos, algo nunca visto nas últimas duas décadas na Europa e que apenas funciona com equipas que se deixam dominar; as bolas paradas defensivas são frequentemente aproveitadas pelos adversários, pois o treinador não consegue posicionar a equipa devidamente na defesa destes lances; aposta em jogadores durante dois ou três jogos e depois esquece-se deles durante meses.
Justificações para os fracassos? O azar, o lateral esquerdo que não existia, o árbitro, o Roberto quando estava no Benfica, o Roberto quando está no Olympiakos, a chuva, o estado do relvado, o cansaço das muitas competições, a venda dos melhores jogadores, as lesões, o orçamento das grandes equipas, a bola na trave, etc. Já tivemos todas as desculpas para os sucessivos fracassos e o pior é que o pessoal parece acomodado e conformado, aceitando as desculpas e dando sucessivas novas oportunidades. "Não dá para mais", "podia ser pior", "já estivemos pior", "há que dar tempo", etc. Assiste-se à sportinguização do Benfica, um clube que sempre se destingui pelo inconformismo e que sempre desejou mais e melhor.
Numa recente conferência de imprensa ele disse que "sabe o que vale". Eu também sei. Não estamos é de acordo. Ele acha-se muito bom, um dos melhores. Para mim, ele não passa de um treinador medíocre. No entanto, infelizmente, ele é o treinador do Benfica e eu sou apenas um sócio e adepto de um clube enorme e que hoje parece entregue à vaidade e vontade deste tipo.