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Catedral da Luz

Catedral da Luz

Nada a haver com o futebol

03.03.12, Ricardo Noronha

Não tive a oportunidade de comemorar assim tantos títulos do Benfica. Mas lembro-me bem de um que não comemorei.

Estávamos a meio da época de 208-2009 e o Benfica, treinado por Quique Flores, enfrentou o Sporting, treinado por Paulo Bento, na final da Taça da Liga. Lembro-me do jogo. O Benfica não jogou absolutamente nada e o Sporting jogou mais do que suficiente para ganhar. E tê-lo-ia feito, quase certamente, caso o árbitro do jogo, Lucílio Baptista, não tivesse descortinado na segunda parte uma falta inexistente dentro da grande área do Sporting. O jogo terminou empatado e o Benfica venceu 3-2 nas grandes penalidades. Na altura a equipa do Benfica festejou loucamente e Paulo Bento fez um inesquecível gesto para o árbitro, com a mão, que sintetizava grande parte do que tinha acontecido.

Fui ao Bairro Alto nessa noite e, embora estivesse cheio de benfiquistas, não me lembro de qualquer festejo digno desse nome. Os sportinguistas estavam todos furibundos. Aquela taça da liga serviu, fundamentalmente, para duas coisas. Quique Flores pôde sair da Luz reivindicando ter vencido um título, depois de uma época desastrosa. E os adeptos dos outros clubes ficaram com um pedaço de lama para atirar aos benfiquistas sempre que a ocasião assim o exige. Não comemorei a vitória dessa taça da liga.

Gosto de futebol. Os jogadores dão tudo, procuram ser mais rápidos, mais fortes, mais inteligentes e mais ágeis do que os adversários, disputam a bola, mandam nela, conseguem que ela faça coisas inacreditáveis, lutam por ela, falam com ela, dão tudo por ela. Gosto de futebol e perder não custa assim tanto, desde que a nossa equipa seja digna, jogue à bola e a outra equipa faça outro tanto e mereça ganhar. Ou não mereça mas, mesmo assim, consiga ganhar, pois que nisto do futebol o merecimento é sempre muito relativo.

Existem, como se sabe, 22 protagonistas do jogo. Os outros senhores que para ali andam não fazem parte da coisa. Estão lá apenas para garantir que se joga conforme as regras.

Infelizmente, as oportunidades de ver futebol - ou seja, uma disputa leal e segundo um conjunto de regras aplicado imparcialmente - são cada vez menores no campeonato português. Ontem o homem do jogo foi um árbitro. E tanto bastaria para que tudo o resto perdesse qualquer tipo de interesse. O quadro que se viu na Luz pareceu-se demasiado com uma natureza morta.

Escapa-me por completo que tipo de prazer se pode retirar de semelhante vitória. Suponho que os adeptos do F.C. do Porto tenham várias razões para estarem satisfeitos. Mas nenhuma delas tem o que quer que seja a haver com futebol.

 

Árbitro internacional é a tua tia, pá!

03.03.12, Tiago Mota Saraiva

Tinha-me ocorrido que colocar Pedro Proença a apitar o Benfica-Porto era como decidir que as provas do processo Face Oculta ficavam à guarda do cidadão José Sócrates. Num e noutro caso, era certo que os nomeados não desdenhariam assumir o papel principal da história. Por isso, e apesar de ter sido um grande jogo de futebol, isso pouco interessou para o resultado final. Perdeu o futebol, ganhou Proença.

Na primeira parte quando o Benfica carregava à procura do primeiro golo, Proença desculpou amarelos e vermelhos sempre que os jogadores do FCPorto se transformavam em quebra-ossos. Era um árbitro "à inglesa", "pedagógico" e que não hesitava em distribuir carícias e desculpas aos jogadores vermelhos.

Na segunda metade, quando o jogo não se desempatava, decidiu abrir caminho a Hulk na faixa direita expulsando Emerson. Como a vitória do FCPorto teimosamente parecia não chegar, a três minutos dos 90, não hesitou em apontar para o centro do terreno quando Maicon marcou um golo em evidente fora de jogo.

Pedro Proença não decidiu apenas um jogo mas, provavelmente, o campeonato. Se foi esse o motivo pelo qual foi nomeado, cumpriu os objectivos com distinção.

 

P.S. - Parece que para o FCPorto a bola que rossou a mão de Cardozo devia ter dado direito a penalti. Eu, com o Proença a apitar, até estranho que não tenha dado expulsão.

Rescaldo do jogo

03.03.12, Frederico Fatela

É 1:45 e só agora é que retirei o meu cachecol do pescoço.. Sim tenho orgulho de ser do Benfica.. Sim sou daqueles que vai ao estádio não para criticar mas para apoiar e estar sempre a cantar.

 

O jogo em si...

Nem sei por onde começar.. uma equipa que perde 5 pontos da forma que perdeu (arbitragens não é tudo, apesar de ter a sua parte, que não me esqueço os dois penalties em Coimbra ou a falta inexistente(nã minha opinião) em Guimarães que origina o golo) não merece ser campeã..

É incrível ver-nos a perder pontos e pior que os pontos, dar um título que parecia certo ao adjunto que provou que nada sabe de futebol e só fala por ter as costas quentes..

Começámos muito mal o jogo com uma forte pressão do porto até que ao minuto 7, e para quem não viu bem, um frango do Artur.. Este guarda redes que deu confiança quer à defesa quer aos adeptos após Roberto, falha nos momentos chaves, estilo Quim.

Falam mal do Emerson mas "só" o vi falhar com o Hulk no 0-1 e depois quer no primeiro amarelo (que foi patético) e na expulsão que parecia encomendada pois houve faltas azuis-e-brancas bem piores e merecedoras de expulsão..

Depois conseguimos acordar e jogar como deve de ser, fomos para cima do porto, conseguimos tremer os "campeões" nacionais e criar que me lembre umas 3 situações claríssimas de golo, entre elas o golo de Cardozo.

Na segunda parte até um indivíduo que anda a tentar apitar tomar conta do jogo fizemos o 2-1 e pareciamos ter o jogo controlado, até o Witsel (não vi as imagens ainda) levar uma entrada e nem falta ter sido marcada, o porto empata o jogo. Aí o Benfica emocionalmente vai abaixo e foi notório até que, Emerson é expulso.. aí morremos e era uma questão de tempo.. Mas admito que sempre pensei que conseguissemos dar a volta e vencer..Tínhamos a vitória ali à mão!

Mas o porto faz o 2-3 num golo fora-de-jogo que todos viram, menos quem devia...

Inadmissível ver o porto a acabar o jogo com 11 quando houve lances para expulsões, mas não nos podemos desculpar pelo árbitro..Tivemos hipóteses mais que suficientes para mandar o porto para casa com uns 5 no saco..

 

É triste ter uma visão do ano passado onde a equipa andou-se a arrastar peo campo cansada, porque o JJ simplesmente pede sempre mais aos jogadores e como só usa praticamente 11 chega a uma altura que "rebentam".. Hoje o Cardozo e o Witsel rebentaram..O Garay ressente-se da lesão.. Assim é difícil..

Podiamos dier "mas o porto contra os outros não precisa de correr nem metade" mas há quantos anos sabemos isso? Não é desculpa..

 

Apesar de tudo..Acredito que vamos ser campeões com a ajuda do braga e sporting!

 

Benfica até ao fim! Amo-te Benfica e dia 6 lá estarei mais uma vez!

É preciso mudar

02.03.12, Francisco Castelo Branco

Em três jogos decisivos contra o FCP, Jesus perdeu 3 e ainda falta o jogo da taça da liga. Pior do que ter perdido dois campeonatos e uma taça para o FCP foi tê-lo feito em pleno Estádio da Luz. Não sabemos se no subconsciente dos jogadores os resultados da época passada estavam presentes, mas de certeza que os adeptos reviveram esse passado recente durante os 90 minutos, mesmo quando a equipa estava a ganhar por 2-1 e quase fez o 3-1.

É que a forma como o Benfica tem entrado em campo nos ultimos três jogos contra o FCP na Luz é sinal que algo não vai correr bem. Resta saber se são ordens vindas do treinador ou são os próprios jogadores. Uma equipa em casa sufoca o adversário desde o primeiro momento. Tem sido assim com todas outras equipas, menos com o FCP. Dá que pensar!

O Benfica perdeu 8 pontos em apenas três e a nota artistica já não vale a liderança do campeonato. O jogo de Guimarães foi o primeiro sinal de alguma intranquilidade psicológica mas também física. Todos nos lembramos da forma como Jesus desistiu do campeonato da época passada. Convêm recordar que o Barcelona mesmo a 10 pontos do Real Madrid continua a lutar pelo titulo não deixando o adversário antecipar a festa.

Um ano volvido a história repete-se. Este é o terceiro ano de Jesus no Benfica. Tem no seu curriculo 1 campeonato e duas taças da liga, mas o que vai ficar na memória de todos os benfiquistas são os festivais de futebol que o FCP tem dado no Estádio da Luz na era Jesus.

Senão conseguir apanhar o FCP e vencer o campeonato, Jesus terá que deixar o Benfica para que alguém que não falhe nos momentos decisivos pegue nesta equipa recheada de excelentes jogadores, porque a história diz-nos que quando o FCP se apanha com vantagem ninguém o consegue alcançar.

 

As faixas de Vítor Pereira

02.03.12, Lourenço Cordeiro

Depois da actuação exemplar da equipa de arbitragem de hoje, percebemos melhor Vítor Pereira quando este, há semanas, disse «podem encomendar as faixas»: era um recado para Pinto da Costa.

Mais do que um jogo

02.03.12, Lourenço Cordeiro

Jorge Jesus vai na sua terceira época no Benfica. Desde o Eriksson que um treinador não fazia três épocas seguidas no Benfica. Diz a história recente (e não tão recente) que ninguém fica no Benfica por mais de duas épocas sem títulos. Pelo que fez até ao jogo de Guimarães, pelas expectativas que criou, os adeptos do Benfica exigem que o título fique em Lisboa. Jorge Jesus teve meios à sua disposição que raramente têm os treinadores do Benfica: uma estrutura de futebol feita à sua medida (sobretudo desde o afastamento do Rui Costa) e um plantel escolhido por si (até Djalós lá estão). Desde que não termine em empate, o jogo de hoje vai determinar quem será o próximo campeão: uma vitória do Benfica tornará improvável uma segunda queda do primeiro lugar, e uma derrota dará ao Porto todas as condições para, com toda a calma que tem uma equipa que já foi eliminada de tudo o que poderia ter sido eliminada tem, revalidar o título do ano passado. Por isso, o jogo de hoje é mais do que um jogo. É o jogo que decide o título, e o jogo que decidirá o futuro de Jorge Jesus como treinador do Benfica. Que o Benfica ganhe por muitos. 

...

02.03.12, Inês Mega

Quis o destino que neste dia, uma gripe me fizesse recusar o bilhete para a bancada central. A dificuldade respiratória tolda-me o pensamento e impossibilita-me o exercício da escrita. Gostava que fosse um belo espetáculo de futebol, como já poucos se vêem, um jogo limpo e de verdadeira entrega, sem polémicas adicionais ou penaltis inexistentes. Duvido que assim o seja, por isso resta-me pedir a quem de direito para que o meu Benfica ganhe. Isso sim, ajudar-me-ia a curar esta virose.