A fruta, no futebol, normalmente é azul

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O Emerson tem as costas muito largas, é o que vos digo. É o Emerson e os árbitros. Mas a verdade é que ontem viu-se uma equipa cansada e sem ambição (sobretudo numa primeira parte que foi um hino à chatice), agravada por decisões incompreensíveis do treinador, sendo a titularidade de Emerson a menos grave. Se não, vejamos:
1. O Witsel - que é o jogador mais importante do Benfica - jogou em três posições diferentes ao longo do jogo, sendo sempre o sacrificado quando foi preciso inventar. O golo do Chelsea aconteceu quando o Witsel foi obrigado a encostar-se à direita, para que o - epá... - Matic pudesse entrar em campo. Trocar o Witsel pelo Matic como número 8 não faz nem contra o Beira-Mar em casa.
2. Se o Rodrigo está em baixo de forma e o é o Nélson Oliveira que tem jogado mais, porque não entrou o Nélson Oliveira? O rendimento do Rodrigo ontem foi nulo.
3. O Gaitán rende mais na esquerda, por onde andou 20 minutos no total, se tanto. E ontem do lado contrário estava o Paulo Ferreira, que, apesar de ser uma excelente pessoa (é), é um jogador longe do seu melhor que não jogava há meses.
4. Jorge Jesus tinha dito que queria o Chelsea porque os ingleses não percebiam nada de táctica; ontem o Benfica nunca chegou a perceber por onde andava o Ramires, com a agravante que foi precisamente Jorge Jesus quem inventou Ramires como interior direito.
Por cima disto tudo, está a habitual fadiga de final de época das equipas de Jorge Jesus, que faz com que qualquer organização táctica se perca nos últimos 30 minutos.
Enfim, é pena, porque a oportunidade de ver o Messi na Luz não era assim tão remota.
Concordo com o que aqui foi dito e com a maioria dos analistas sobre Emerson, mas acho que neste momento não há alternativa credível. Na minha opinião, Jesus devia ter apostado mais em Luis Martins de forma a fazê-lo evoluir, principalmente naqueles jogos em que o Benfica goleou ( já faz muito tempo....).
Capdevilla não é um substituto à altura. Como o mercado estava a fechar, contratou-se uma solução rápida e barata.
Acho que a venda de Ruben Amorim foi um erro, porque o Benfica não tem ninguém que consiga fazer mais do que uma posição quando é necessário, pelo que passamos pelo ridiculo de ver Witsel a jogar no lado direito.
Quanto ao treinador acho que está na altura de ir embora, mas duvide que a direcção o faça. LFV gosta muito de Jesus e acredita nele e numa recente entrevista elogiou-o, pelo que vamos ter de aturar a nota artistica mais um ano. Gostava de ver Domingos, mas se Jesus fica mais uma época então acho que Sérgio Conceição podia substituí-lo.
Uma equipa que tem como titular indiscutível um jogador como o Emerson não merece disputar umas meias-finais da Liga dos Campeões. Hoje, mais uma vez, fez um jogo miserável, não conseguindo ganhar um lance na defesa. No golo, apesar da culpa recair sobretudo em Jardel, que devia ter feito falta, a jogada inicia-se com um Emerson apático a perder a bola e a correr ao lado do jogador do Chelsea. Pouco depois, em mais uma perdida vergonhosa, coloca a bola nos pés de um adversário, que só não deu golo porque não calhou. Jorge Jesus parece apostado em provar-nos que o ciclo está mesmo a chegar ao fim. Além da sua patética insistência no brasileiro, hoje conseguiu fazer duas substituições que não lembram ao diabo. A coisa é simples, caro treinador (que estimo): ou vences o campeonato, que já devia estar ganho, ou podes começar a procurar clube.
Já quase tudo foi dito sobre o que vou escrever, mas os factos impulsionam-me para vincar aquilo que penso sobre o futebol do Glorioso.
O mês de Fevereiro foi fatídico. Tinhamos vantagem no campeonato. Perdemo-la. Tinhamos ambição e garra. Perdemo-la. Era fácil jogar e ver jogar. Também isso se perdeu. Razões para o que se passou? Muitas já foram apontadas mas eu avanço as minhas como adepto.
Uma equipa titular que não tem suplentes para algumas inconveniências (por exemplo, Bruno Alves e Rúben Amorim) que possam ocorrer, uma equipa titular que acha que as outras equipas não são tão competitivas como a nossa, e uma equipa técnica que persiste em não remodelar enquanto é tempo falhas naturais que vão surgindo, são motivos mais que suficientes para atrasar uma equipa de futebol perante as outras. Foi isso que se passou. O Benfica, infelizmente, não tem uma segunda equipa pela qual se possam ir revezando os jogadores naturalmente titulares. Veja-se o Nélson. Veja-se o Capdevilla. Veja-se o Miguel Vítor, o Jardel e o Saviola. Todos bom jogadores (uns mais que outros), mas que perdem qualidades porque não jogam tempo suficiente para ganhar ritmo. Aqui, Jorge Jesus tem muita responsabilidade e poderia ter feito de outra forma.
Outro ponto tem que ver restritamente com Jorge Jesus e com o facto de ser ou não o melhor treinador para o Benfica. É recorrente em Portugal achar-se que quando um treinador não consegue manter um determinado nível competitivo na sua equipa, esse treinador deve abandonar esse clube. Isto já eu estou farto de ouvir sobre Jesus, e não só nesta época desportiva. Ora, neste ponto, quero deixar bem frisado que sou contra qualquer modificação de equipas técnicas a meio da época e, pior, a meio de qualquer projecto desportivo. É contraproducente e não beneficia os clubes. No entanto, a cultura latina retira-me a maior parte das vezes a razão, e nesta é provável que também ma retire. Não estou a defender Jesus, porque não precisa. Estou a defender o Benfica (como qualquer um de nós).
Por último, para o que resta do ano desportivo, há que levantar a cabeça; tomar as melhores opções que no momento existirem; não menosprezar jogadores e colocá-los com confiança; e, sobretudo, ganhar jogos de forma sustentável (o que já é difícil).
Benfica, sempre. Carrega Benfica!
Com este nabo.
Ó Emerson! Vai-te embora.