A arbitragem habilidosa dos novos tempos (actualizado)
Ontem, na Luz, Artur Soares Dias fez uma arbitragem habilidosa, daquelas que a nova escola de árbitros sabe fazer (ele e o Proença são os expoentes máximos).
Estes novos árbitros são muito bons, roubam de uma forma muito mais discreta. No passado eram coisas muito evidentes: grandes penalidades, golos anulados, expulsões incorrectas, etc. Agora, rouba-se de outro modo. A partir do 2-2 foi vê-lo fazer o possível para o tempo passar e nada acontecer. Faltas inexistentes contra o Benfica no meio campo passou a ser algo corriqueiro. Beto demorava o tempo que queria e ele só o repreendia, interrompendo para isso o jogo e dirigindo-se a ele a passo. A equipa médica do Braga entrou para assistir um jogador a 2 metros da linha de fundo e lá esteve durante cerca de 1 minuto. As faltas passaram a ter que ser batidas no local exacto da infracção (mas até então havia liberdade para bate-las na proximidade). Cardozo levou um amarelo por uma jogada em que Beto simula uma agressão. Interrupções, muitas interrupções, o jogo jamais teve 3 minutos seguidos desde o 2-2. No final, 4 golos, 6 substituições, uma expulsã o em que o jogador expulso demorou 2/3 minutos a sair do campo, meio minuto (no mínimo) por pontapé de baliza batido por Beto, uma interrupção para assistência de um jogador do Braga e outra para entregar uma garrafa que se encontrava na área do Braga dão lugar a 4 minutos de compensação (recordo que cada substituição vale, no mínimo, 30 segundos, por isso tudo o resto deu lugar a 1 minuto!!!). Hoje, ninguém falará de uma má arbitragem, pelo menos, com "influência directa" no resultado. Todos falarão de uma grande penalidade bem assinalada e um cartão amarelo mal mostrado a Douglão. Ninguém falará do deprimente espectáculo do apito que foi a segunda parte.
Sim, é verdade que não foi pelo árbitro que perdemos pontos. Como disse a quem estava comigo depois do jogo, o 11 escolhido, a opção por Melgarejo e as substituições mal feitas colocaram-nos a jeito destas habilidades. No entanto, não queria deixar de chamar a atenção para esta nova forma de arbitragem que nos prejudica com outra classe, discrição e habilidade. Temos que ser muito melhores para resistir a estas habilidades e hoje, por culpa de JJ, não fomos assim tão melhores que o Braga.
Actualização:
Hoje, no jogo do Porto, zero golos, zero expulsões, um guarda-redes mais célere a repor a bola em jogo, menos interrupções e muito menos polémica deram lugar a 5 minutos de compensação que só terminaram aos 6 minutos e 45 segundos. O tempo de compensação foi exagerado? Talvez não, mas, se este jogo merecia 5 minutos de compensação (transformados depois em quase 7 minutos), o jogo de ontem mereceria no mínimo 8 minutos para além dos 90. Poderia ser um problema do futebol português, mas é apenas um problema em certos jogos.
Estas arbitragens que nos prejudicam são implicitamente incentivadas pelo nosso presidente que, entre outras coisas, apoia Fernando Gomes, braço direito de Pinto da Costa durante os anos de fruta e café com leite, na presidencia da Liga e, posteriormente, na FPF. Quando dá jeito, critica-se o passado corrupto de alguns indivíduos, mas depois apoiam-se aqueles que foram o seu braço direito. Eu só pergunto, porque é que apoiamos aqueles que nos roubaram e vão continuar a faze-lo? Porquê? O que ganhamos com isso ou o que ganha LFV com isso?