Quando no sorteio nos calhou o Barcelona já sabíamos que ia ser difícil. Entretanto, perdemos Luisão, castigado, Witsel e Javi García, vendidos. Não encontrámos substitutos e fomos à luta com o que tínhamos disponível. Se ia ser difícil, fragilizados desta forma tornou-se ainda mais complicado. Jogar contra o Barcelona é abdicar da bola a maior parte do tempo, é correr muito e sofrer outro tanto. Nunca é fácil para qualquer equipa. No entanto, jogar sem meio campo contra estes senhores é um suicídio. No meio campo jogámos com um jogador que ainda não está adaptado à posição 6, Matic, e dois extremos que, com notórias dificuldades, fazem o possível para cumprir no centro do campo, Bruno César e Enzo Pérez. Era previsível que isso não chegasse e não chegou. No estádio, com uma visão panorâmica do que se passava, foi possível ver como o meio (não) pressionava. Bruno César via jogar e nem estava bem posicionado, Enzo procurava apenas não desequilibrar a equipa e Matic procurava ganhar a bola naquele seu jeito voluntarioso e desorientado, sempre fora da sua posição. Com estes jogadores, era difícil fazer melhor. Com Javi García e Witsel, provavelmente, perderíamos o jogo na mesma (eles ganham quase sempre, seja contra quem for), no entanto, estou certo que incomodaríamos mais o Barcelona e daríamos melhor réplica. Faltou-nos quem pressionasse e desse luta no meio campo. Os que jogaram não têm essas características por muito que os posicionem nessas posições. Para percebermos a fragilidade do onze que apresentámos hoje, repare-se que 5 dos 10 jogadores de campo titulares, no ano passado, jogavam nas alas sem grandes preocupações defensivas: Melgarejo, Bruno César, Gaitán, Salvio e Enzo Pérez. Este é o plantel dos extremos, por isso não podemos querer que eles sejam números 6 ou 8. Jogar contra o Barça implica defender muito, correr atrás da bola, mas não fazer marcação com os olhos, ver a bola rolar e esperar que o Barcelona a deixe escapar por erro próprio. Desse modo, provavelmente, o Barcelona vai errar pouco, como não errou, e chegará ao golo mais tarde ou mais cedo, como assim aconteceu no início de cada uma das partes. Sem ser pressionado, o Barcelona perde a bola apenas onde tal não acarreta qualquer perigo e o adversário está muito longe da baliza do Barça para conseguir criar oportunidades de golo.
O jogo já lá vai. Com outros jogadores podíamos ter feito melhor, mas não foi nenhuma vergonha. A prioridade é o campeonato e na Champions nada está perdido. Longe disso. Estou convencido que com 8 pontos passamos este grupo. Faltam duas vitórias e um empate. Empatar na Rússia e ganhar os jogos em casa que nos faltam é a receita.
PS: Os benfiquistas pediram uma alternativa a Maxi para quando este estivesse lesionado ou castigado. Neste momento, precisávamos de mais do que uma alternativa para o substituir em caso de lesão ou castigo. Maxi precisava mesmo de uns jogos fora. Desde o início da época, o uruguaio ainda não se encontrou. Acumula lapsos defensivos e más decisões no plano ofensivo. Hoje foi um verdadeiro desastre. Quase todos os lances de perigo para a nossa baliza surgiram por aquele lado. Um jogo para esquecer. Esperemos que volte ao melhor nível rapidamente.