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Catedral da Luz

Catedral da Luz

Lançar OPA sobre jogadores do Sporting

28.12.12, Henrique Raposo

Parece que Daniel Carriço, bom central e ex-capitão do Sporting, está a caminho da nação gloriosa. Acho bem. Nas mãos milagrosas do míster Jesus, Carriço ainda vai ser um Beckenbauer. Aliás, Jesus chamaria um figo a muitos jogadores do plantel do Sporting. Como se sabe, a macumba do míster consegue transformar um sujeito com reumático num Garrincha infernal. Portanto, com todo o rigor científico que caracteriza a minha prosa de índio do terceiro anel, sugiro uma linha de acção à SAD gloriosa: lançar uma OPA sobre alguns diamantes leoninos que andam por ali aos caídos. Sim, diamantes. Metade da equipa do Sporting tinha lugar no onze do Benfica. Não acreditam? 

 

Mesmo com um joelho à Mantorras, o russo-que-não-sorri tem lugar em todas as equipas da Península Ibérica. Ok, está bem, eu reduzo a hipérbole: tirando aqueles óvnis estacionados em Barcelona e Madrid, Izmailov tem lugar em todas as equipas da Península Ibérica. Na defesa, Insúa seria titular de caras no Benfica; teríamos finalmente um lateral-esquerdo, depois de um perna de pau brasileiro e de um remendo paraguaio. À frente de Matic, Elias também seria titular. A maldição do Sporting entorpeceu-lhe o talento, mas convém recordar que este menino é internacional brasileiro. Quando chegou ao Sporting no ano passado, Elias parecia um Maniche negro. Sem Witsel, sem Aimar e sem Carlos Martins, Adrien Silva teria muito espaço. Não é bem um 10 aimaresco, mas a equipa (com Lima e Cardozo) não precisa de príncipes no meio campo, só precisa de um 8 eficiente. Nas mãos de Jesus, Adrien bateria Moutinho aos pontos, até porque sabe rematar - ao contrário do coelhinho atómico do Porto.

 

Para terminar, gostava de pedir a contratação de Boulahrouz. Não, este holandês com cara de guarda prisional alemão de tempos idos não seria titular, e também não seria suplente. Aliás, não o queria para jogador, mas para guarda-costas da equipa, sobretudo nas deslocações às Antas. Há que ter cuidado com os túneis do Guarda Abel. 

 

 

Estou confuso

19.12.12, José Maria Barcia

Jesualdo Ferreira é o manager.

 

Franky Vercautren é o treinador.

 

Afinal, quem escolhe o 11 inicial?

Excelente noite de futebol

16.12.12, Nuno Gouveia

 

Começamos a perder. Por vezes a equipa chegava perto da baliza do Marítimo e não conseguia sequer criar perigo. E sim, o adversário este ano está mais fraco do que em temporadas anteriores. Tudo verdade. Mas o Benfica desta noite merecia mais do que quatro golos, tantas foram as vezes que falhou oportunidades flagrantes. Qualquer pessoa que estivesse a assistir ao jogo percebia que era inevitável o golo do Benfica. Como é habitual, lá surgiu Cardozo para acalmar os espíritos mais inquietos, novamente com um hat-trick, assumindo a liderança dos melhores marcadores com 13 golos. Isto em 12 jogos. E já lá vão 100 golos no campeonato do nosso melhor avançado das últimas décadas. Outros destaques do jogo? Mais uma grande exibição de Matic, que por momentos até já faz esquecer aquele outro enorme jogador que agora passeia a sua classe por Manchester; Lima, ele que tanto batalhou, também merecia um golo, mas coube a Rodrigo entrar e marcar. E Ola John, que continua a ser um terror para as equipas adversárias. Nota final para Gaitán, que parece querer algo mais com o jogo. É a segunda vez consecutiva que entra bem, tentando mostrar a Jesus que pode contar com ele para a segunda parte da época. Óptimo sinal, pois estou certo que vamos precisar da sua qualidade futebolística.

Missão cumprida

11.12.12, Filipe Boto Machado

Em épocas já algo distantes, um jogo com o Sporting representava não só 3 pontos para o Benfica como -3 para o Sporting na luta pelo título. Neste ano, o jogo resumia-se a saber quantos pontos o Benfica trazia deste jogo. Não podíamos perder pontos contra os calimeros. Nas contas finais, o Porto terá certamente 6 pontos nos jogos com o Sporting. O Benfica tem de somar outros 6 pontos e 3 já cá cantam. Além disso, há sempre o factor motivação de vencer um derby frente ao Sporting. Disse num post anterior que, para sermos campeões, temos de marcar a diferença nos principais jogos deste campeonato, nomeadamente frente a Porto, Braga e Sporting, não só pelos pontos em disputa, mas também pela carga emocional que representa um resultado positivo ou negativo neste tipo de jogos. Ontem, o Benfica venceu, cumpriu a sua missão e continua na luta pelo título.

Quanto ao jogo, confesso que não gostei da forma como o Benfica jogou ontem em Alvalade. Nunca conseguimos ganhar o meio-campo na primeira parte e isso deveu-se à forma como a equipa se posicionou em campo. Se Matic se junta aos centrais na saída de bola e Lima não recua para vir buscar jogo, sobra André Gomes para um espaço de 25x25metros, obrigando o Benfica a jogar apenas pelas alas (uma de cada vez, pois não existe ninguém no meio para receber a bola e virar o jogo) ou no pontapé para a frente (sem ninguém para ganhar as segundas bolas no meio-campo). Contra o Moreirense ou o Paços, este tipo de jogo funciona, pois não se nota o espaço entre o meio-campo e os avançados. No entanto, contra uma equipa que pressione e queira algo mais do jogo, a distância entre sectores torna-se demasiado evidente, o jogo fica denunciado, as linhas de passe não existem, sobram os pontapés para a frente, as perdas de bola sucedem-se e as segundas bolas são quase todas do adversário. O Sporting jogou como equipa pequena. Onze jogadores atrás da linha da bola, meio-campo lotado e pressão em cima dos jogadores do Benfica quando estes passavam o meio-campo de modo a contra-atacar rapidamente com passes nas costas da defesa do Benfica. Pranjic, Elias, Carillo e Capel correram até rebentar e felizmente rebentaram. Com ou sem jogo na passada sexta-feira, o Sporting dificilmente aguentaria aquele ritmo mais do que 60 minutos. Assim aconteceu. Com a quebra do Sporting houve mais espaço para Salvio e Ola John, a distância entre setores no Benfica diminuiu com a subida possível de Matic e André Gomes, Lima passou a fazer a ligação entre o meio-campo e o ataque, e Cardozo apareceu para resolver o jogo como só ele sabe.

Vencemos justamente e continuamos na luta pelo título, mas não fiquei plenamente convencido. Espero que JJ entenda o que não correu bem no jogo de ontem e o corrija quando recebermos o Porto em Janeiro. Nos jogos com os adversários mais pequenos o Benfica ataca 80% do tempo de jogo, logo pouca gente no meio-campo, nomeadamente quando joga em casa, não é um grande problema. Em jogos com nível de dificuldade mais elevado, esta táctica tão "corajosa" coloca-nos a jeito. Não podemos voltar a entregar o meio-campo ao adversário. O que importa no rescaldo deste jogo é que continuamos na luta pelo título e isso, para um benfiquista, é muito mais importante do que uma vitória frente ao Sporting, especialmente este Sporting.

 

PS 1: Boas exibições de Artur, Ola John, Salvio, Lima e Cardozo, especialmente este último, mais uma vez decisivo e a dar mais três pontos ao Benfica. No plano oposto, como o Nuno já tinha referido, exibição insuficiente de Maxi Pereira e a confirmação de que Jardel não está ao nível do nosso capitão Luisão.

 

PS 2: Ontem, o Sporting teve um único português em campo durante os 90 minutos, Rui Patrício. O Benfica jogou com dois portugueses, André Gomes e André Almeida. Já nem esta vitória moral os calimeros podem levar para casa...

O matador triste

11.12.12, Bruno Vieira Amaral

Como qualquer benfiquista tenho uma teoria sobre Oscar Cardozo. É uma teoria que nasce de uma reacção espontânea. Quando oiço alguém referir-se ao paraguaio como “matador” ou “predador” desconfio. Falta a Cardozo a frieza assassina do matador e não consigo imaginar um predador sem pensar em características felinas, como a agilidade, e felino é adjectivo que não cola ao rapaz, a não ser que nos lembremos das criaturas tristes e pachorrentas, quase bovinas, que habitam as jaulas dos melancólicos circos que se instalam nos baldios lamacentos dos nossos subúrbios. Uma coisa é certa: nenhum de nós, por muito mansos que nos pareçam estes seres, se atreve a esticar a mão para o interior da jaula. É que um tigre é um tigre é um tigre. Não precisa de afirmar a sua tigritude, basta-lhe lançar-se sobre a presa e devorá-la. E Cardozo, atabalhoadamente, desajeitadamente, lá vai devorando presas, ao seu ritmo lento, aparentemente desinteressado, invisível. Porque Cardozo, dizem, desaparece dos jogos. E, depois de marcar, desaparece dos festejos. Vejam-no na capa d’ A Bola: um grito pesado, a trair a solidão funda de índio. Cardozo marca golos, não para os celebrar, mas para se aliviar de um peso assombrado que regressa sempre (vejam a capa d’ O Jogo: os colegas riem e ele é índio impassível), golos que desaparecem rapidamente da memória dos adeptos e, creio, do próprio Tacuara. É por isso que os comentadores ficam espantados quando contabilizam os golos de Cardozo (têm de consultar as estatísticas para acreditarem): o homem marca golos importantes mas não marca golos memoráveis. Outros avançados marcam golos para ficarem na história; Cardozo marca golos para que, no tempo que dura um jogo, não nos esqueçamos que ele ainda anda ali. Os adversários – as presas – normalmente esquecem-se e, então, ele é letal. É, e será sempre, um matador triste, inconsolável e, até nos festejos, apagado. Esta aparência é o seu veneno. Que fique por cá muitos anos.

 

Lima Rooney

11.12.12, Henrique Raposo

O JJ tem de mostrar vídeos do MU ao Lima. Ainda demora muito tempo a perceber que tem de baixar.

Valeu-nos Cardozo

10.12.12, Nuno Gouveia

Foto Benfica Facebook

 

A forma como o Benfica encarou este jogo deixou-me preocupado. A equipa adversária era fraquinha, mas é precisamente nestes jogos que se podem perder campeonatos. E aqueles primeiros trinta minutos deixaram muito a desejar, pois sofremos um golo e notava-se uma apatia geral nos jogadores. Na segunda parte veio ao de cima o melhor dos nossos jogadores, com Ola John, Sálvio e o inevitável Cardozo a puxarem dos galões para conseguir uma vitória confortável. Uma palavra positiva para a exibição de André Gomes, que está a impor-se na equipa com grande categoria, e uma negativa para Maxi Pereira. O que se passa com o uruguaio, que anda uma desgraça?

 

PS: será que ainda há algum benfiquista que não se envaideça pela presença do grande Cardozo no Benfica? 

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